13.8.09

Partidas - 12/08


Dois joguinhos na Euroliga - aprendi um novo e tomei uma aula em outro já conhecido.

Age of Gods - Tola, Stein, Marcos, Parma
Parece criação saída de algum moleque no colegial, viciado em Warhammer, Warcraft e outros trecos fantasiosos - Orcs, Humanos, Anões, Centauros, Piratas, Fadinhas e mais uma dúzia de raças brigando em um mapa incrivelmente bem desenhado, com ilustrações à altura (que até acabam bagunçando o jogo). Os jogadores são deuses patronos dessa galera e precisam garantir que seus súditos sobrevivam. Uma hora de completo caos. Até rola alguma estratégia, mas só pra vc se sentir bem, parecer que tá completando algum objetivo e punindo teus oponentes. Só que na verdade não vai refletir em quem ganha o jogo. Divertido na mesa certa, jogaria novamente.


Le Havre - Tola, Sidão, Camila
Quando você acha que está ficando bom em algum jogo e vai pra euroliga, tomar um pau de dois jogadores faz vc repensar todas as suas estratégias. Tem um provérbio no Go que diz "Perca seus primeiros 100 jogos o mais rápido possível". Ou melhor colocado pelo Stein nessa semana: "Não estudo os jogos, extraio ensinamentos das surras que levo". Fiz 130 pontos, eles 160 e 180. Nas minhas partidas raramente eu via muito aço produzido. Eles fizeram um monte, despacharam e ainda acabaram o jogo usando a ponte sobre o Sena fazendo mais pontos. Tome! Pow!

10.8.08

Partidas

Julho foi um mês legal - férias escolares, arrumei tempo pra ir numas jogas de sexta à noite e visitar outro amigo que está desenvolvendo comigo. Pouco espaço pra novidades, não aprendi nada novo (exceto o TTT:S), mas apresentei os meus favoritos pra muita gente. Talvez por isso tenha um bocado de jogos com notas altas na lista.

Acquire
Duas partidas com 3 e 4 participantes. Partidas em 3 são melhores do que as de costume, já que o controle acionário pode ser bem observado e qualquer tentativa de especulação dá pra ser lida e respondida pelos outros jogadores. Jogo simplesmente fantástico, mostra a genialidade do Sid Sackson ao bolar essa pérola do mercado de ações e especulação na década de 60 e sem nenhuma referência prévia. Baseou-se nas grandes fusões de hotéis americanos e mal podia imaginar como a prática se tornaria comum nas décadas por vir.
Nota: 9,5 Média BGG: 7,57

Notre Dame
Uma partida pra ensinar os monitores da Ludus. Notei que o jogo perdeu um bocado do seu brilho - nessa linha de planejamento para se evitar catástrofe, o Year of the Dragon apresenta opções de jogadas mais interessantes (que freqüentemente são obvias no Notre Dame) e um tiquinho a mais de interação. Ainda assim é um bom jogo com seus mecanismos de card-drafting e alocação de trabalhadores muito bem sacados.
Nota: 7,5 Média BGG: 7,66


Marracash
É Dorra! Um excelente jogo de leilão, avaliação e tática - cada participante pode leiloar lojas no mercado de Marrakech ou mover turistas que andam pela cidade e geram receita para os jogadores. E ganhar uma comissão em ambos os casos. Ideal pra se jogar com um sotaque de mercador árabe. Ao invés de entrar com 3 turistas em cada grupo, usamos a regra que permite ao jogador da vez escolher entre 2 e 4, acelerando muito o jogo (já que não vimos vantagem em enviar pouca gente).
Nota: 8,00 Média BGG: 6,93


Indonesia
Promessas são feitas para serem quebradas? Depois da minha última partida desse jogo, uns 2 anos atrás, eu prometi que ele não veria mais mesa usando o tabuleiro convencional - que deixa a jogabilidade bastante comprometida. Um jogo excelente e longo de empresas mas que fica bastante prejudicado pela produção gráfica e burocracia nos mecanismos. Quem sabe uma alma de designer caridosa não encara essa tarefa?
Nota: 8,00 Média BGG: 7,78

Imperial
Também conhecido como 18antike, um jogo de empresas com disputas acionárias que usa uma temática da primeira guerra mundial. Acho que o uso do Rondel nesse jogo é ainda mais significativo do que no Antike, a posição de cada jogador ali é bastante importante assim como as opções de ações disponíveis e a velocidade com que os pininhos estão se deslocando. Só o endgame parece meio resolvido com pontuação é aberta a todos.
Nota: 8,50 Média BGG: 7,90

Ticket to Ride: Switzerland
Sem dúvida minha expansão favorita para a série - o mapa curto para 3 jogadores é bastante desafiador, a competição é direta entre todos (leia-se: dá pra ferrar muito o oponente), os tickets novos são bem versáteis pra compensar as ferradas e a regra das locomotivas dá um valor completamente novo para essas cartas. Jogão!
Nota: 9,00 Média BGG: 7,71


Game of Thrones CCG x2
Nota: 7,50 Média BGG: 7,18
Call of Cthulhu CCG
Nota: 7,00 Média BGG: 7,26
Estudando um pouco de CCGs com o colega Vince, pegamos dois kits básicos para iniciantes - cada kit além de regras e fichas contém decks pré-construídos para 2 jogadores. Ambos fogem um bocado da estrutura de jogo do Magic e permitem conflitos em diferentes 'arenas' de forma similar ao Legend of 5 Rings CCG. Pessoalmente o GoT me pareceu mais interessante, principalmente pela temática já que sou fã da série de livros.

Dungeon Twister Um bocado analítico, meio que uma mistura de xadrez com o clássico (e caótico) wiz-war. Esse é um dos que precisa-se jogar muito mais pra pegar as nuances de cada personagem e criar uns combos / estratégias bem espertas. Pérola para dois...
Nota:7,00 Média BGG: 7,00

BattleLore
Jogamos um tutorial de aprendizado - três cenários sendo um deles básico, só com unidades comuns, outro com magia e o último criando seu próprio conselho de magos. Ainda me falta jogar muito e com gente experiente pra poder afirmar que ele é um jogão estratégico - pois existem um bocado de opções que passam despercebidas ao jogador casual, mas com ambos participantes do mesmo nível seria a sorte um fator alto demais? Independente disso, as partidas são bem prazerozas e o jogo casual é excepcional. O potencial da expansões também ainda não se revelou infelizmente....
Nota: 8,7 Média BGG: 7,92


Quero Muito Conhecer: Kingsburg, Colosseum, Starcraft
Estou Comprando: Tribune, Wealth of Nations, Neuland, Agrícola
Últimas Compras: 1960, Blackbeard, Metropolys

Como sempre, imagens emprestadas do site boardgamegeek.com.

25.7.08

Mas.... Isso dá Jogo?

"Tudo dá pra fazer jogo..." pode até parecer alguma frase do Huizinga, mas na verdade essa tem sido nossa filosofia nesses últimos meses. Junto com um amigo estamos realizando uma consultoria na área de jogos empresarias e criando uma série de jogos sobre assunto específicos na Setec.

Os jogos já criados e em desenvolvimento ou playteste na empresa até agora são dos assuntos mais variados: Seis Sigma, Lean, Tipos de Chefias, CIPA, Estratégias de Vendas, Value Stream Mapping e 5S.

Todo o processo de consultoria tem sido espetacular em muitos aspectos:

- Estamos aprendendo um bocado sobre todas essas metodologias, filosofias e estratégias corporativas. Desde simples briefings até aulas completas com consultores bastante experientes no assunto. Antigamente eu passava batido na seção de administração das livrarias e agora já os vejo (e compro!) com uma novamentalidade. Já já ganhamos nosso green belt de tanto que estudamos seis sigma :-)

- Criar jogos nas mais diversas condições possíveis; o próprio Knizia já dizia que o game design pode começar por três por três pontos possíveis: a partir de um tema, de uma mecânica ou dos componentes / elementos exigidos pelo publisher. Já recebemos tarefas a partir de cada um desses pontos e também tivemos liberdade para escolher um como partida. Exercício de design no estilo Iron Chef com a qual ganhamos uma baita experiência com o processo. Nada de passar semanas e mais semanas com designs que seriam impossíveis de produzir ou comercializar - agora até o final de um dia de trabalho temos como meta apresentar o rascunho do jogo e na maioria das vezes já temos até protótipo pronto!

- Impressionar um bocado de psicólogos e engenheiros já acostumados com jogos empresariais e dinâmicas de grupo usando a filosofia dos Eurogames. Minha impressão é que mutia gente desse meio conhece pouco de jogos de tabuleiro, principalmente as idéias mais modernas. Então muito do que se vê são jogos de caminho (tipo Jogo da Vida) ou de perguntas e respostas. E pior, deixam de lado ítens essencias como dinamismo, balanço e diversão (se é que um jogo de treinamento pode mesmo ser lúdico).

E quais desses jogos serviriam pra uma mesa de gamers mais experientes? Poucos até o momento; os jogos são bastante simples, rápidos e tem alguns objetivos bem específicos. Um ou outro mecanismo pode (e será) explorado em algum jogo mais lúdico. Mas nossa maior meta no futuro é criar jogos realmente estratégicos e desafiadores sobre o assunto.

E vamos indo! Espero ter um monte de novidades esse semestre.

23.7.08

Pra quem quer um home made bonitinho...

ou pra criadores que querem ter seus protótipos mais caprichados, abriu uma loja nos EUA que só trabalha com bits. É a BoardGameBits.com.

Ainda não comprei com eles, mas parecem ser legais e o interessante é que podem enviar peças usando o flat rate envelope, que custa 11 dólares pro Brasil e cabe umas 50 peças.

Assim que fizer uma compra eu posto por aqui!

ps. o pessoal no Rio tinha com contato bom pra comprar meeples e peças local. Ele ainda existe?

22.7.08

Alguém aí quer comprar uns jogos?

Ou melhor ainda... uma empresa inteira de jogos?

O dono da West End Games está aceitando ofertas pela sua empresa - que começou na década de 70 publicando jogos de tabuleiro e wargames, e nos anos 80 mudou o seu foco pra RPG.

No momento eles publicam o Junta, um joguinho bem legal (e caótico) sobre controlar o poder e golpes de estado em uma republiqueta do caribe. Atulamente o seu design pode parecer um pouco desatualizado, mas o jogo ainde é bem engraçado e fez escola no estilo americano de design na década de 70.


Outos jogos que já passaram pelas mãos deles e vale notar:
- Cosmic Enconter: outro revolucionário pra sua época, lançado no Brasil ilegalmente como Contatos Cósmicos.
- Kings & Things, to Tom Wham.
- Tales of Arabian Nights, que vai sair em nova edição pela Z-Man games.

a lista completa de jogos que a empresa já publicou aqui no BGG. Obviamente os direitos dos jogos já devem ter voltado para os autores.

20.7.08

Blogs e escrevendo sobre jogos...

Semana passada a Ludus fez um ano, passou meio desapercebido por muita gente, esse foi um período que revolucionou muita coisa por aqui, afetou bastante meus hábitos de jogar e conseqüentemente escrever sobre jogos.

Um dia desses tento fazer um apanhado sobre as experiências de um ano de Ludus sem folgar um dia (é.. vai dar um livro), mas no momento prefiro falar sobre um hábito que havia esquecido faz tempo e recentemente voltou a fazer parte da minha vida - o ato de jogar tabuleiro.

Pois é...

Não é que eu tenha perdido o gosto pela coisa. Muito pelo contrário, toda a experiência gerenciando um salão que recebe cerca de 400 interessados em tabuleiro me fez olhar ainda mais pelo aspecto social e humano dos jogos, tentar entender o que cada público procura ao sentar em volta do tabuleiro e os perfis diferentes que apareciam toda noite por lá. Tem sido uma experiência muito recompensadora ficar rodeado por pessoas se divertindo, sentar em todas as mesas e acompanhar partidas, tentar descobrir os seus gostos e dar sugestões. E conhecer muita gente nova.

Mas em todo esse processo algo havia se perdeu - o prazer em jogar tabuleiro. No meio de ensinar tantos jogos, avaliar novidades, traduzir, treinar os monitores e resolver pepinos mil, não havia tempo pra realmente por a mão na massa e jogar. E pior, ao trabalhar todas as noites ficava impossível arrumar um horário pra encontrar os bons amigos. Jogar na Ludus também era inviável pra mim, pois mesmo em uma mesa de jogo o foco estava em outra coisa - como a mesa do lado estava sendo atendida, o que pediu, cadê o garçom? E aí alguém pedia um jogo mais complicado que só eu sabia, me obrigando a se ausentar.

Resumindo - por quase um ano não joguei praticamente nada, acompanhei as novidades mas não pude experimentá-las e muito menos tive ânimo pra compras. E por tabela escrevi menos sobre o assunto, abandonei o blog e deixei de postar nas listas.

Um ano depois as coisas começam a mudar. A Ludus já tem seu formatoresolvido, monitores com um bocado de experiência e aos poucos todas aquelas atividades antigas voltam a ganhar espaço - sentar na mesa pra jogar de verdade, criar e desenvolver jogos e escrever sobre eles. Já deu pra passar umas três semanas jogando e agora é hora de retomar o blog.

E por que não começar homenageando todos os outros blogs que escreveram um bocado nesse período? Segue a lista dos blogs nacionais que eu acompanho:

Calabouço das Peças
http://calaboucodaspecas.blogspot.com/
Descrições bastante descontraídas das jogatinas cariocas lá no
Calabouço das Peças. Nada de descrição ou análises profundas - é puro
session report do jeito mais engraçado possível, principalmente os
textos do Cadu. Falta só um glossário pois termos como cubreagens não
constam no meu dicionário de termos lúdicos :-)

Roleplay
http://www.roleplay.com.br/
O blog do Sílvio Martins (ex-Devir, ex- editor da Dragão Brasil e
agora responsável pela Games Workshop nacional) não discute
especificamente tabuleiro, mas esbarra no assunto entre mercado de
games, idéias de RPG, quadrinhos e miniaturas. Vale acompanhar pra nem
que seja pra seguir o futuro da GW por aqui.

Game Analyticz
http://gameanalyticz.blogspot.com/
Esse é de outro grande amigo e companheiro de jogos - o Vince, um cara
que joga de tudo e nesses últimos meses descobriu e se deslumbrou com
os eurogames. São mini-resenhas, sempre preocupadas com a elegância de
jogo e o design visual (afinal o cara é professor da ESPM) e brilham
por cobrir com a mesma paixão todos os tipos de jogos, sejam
nacionais, importados, CCG, CMG, abstratos e livros sobre design.

Luderia Digital
http://luderiadigital.blogspot.com/
O blog do Antônio Marcelo, padrinho do Castelo das Peças e grande
agitador e desenvolvedor de jogos lá no Rio. Infelizmente um tanto
desatualizado, tinha como ponto alto os artigos "Domingos no BGG",
aonde ele garimpa uma série de jogos diferentes em um formato que me
lembra bastante o saudoso Noticias da Semana da BG-BR.

Joga no Formiga
http://joganoformiga.blogspot.com/
O colega Fábio "Formiga" reveza seu tempo entre São Paulo e Ceará,
postando comentários curtos e fotos de cada uma das suas sessões de
jogos.

Mundo Lúdico
http://mundoludico.blogspot.com/
Sessões de jogos, regras traduzidas e descrições detalhadas dos jogos
compõe esse blog do pessoal de Natal, que de tabela organizam eventos
de jogos de tabuleiro e RPG por lá. O Tendosn também mantinha um blog
(http://tendson.multiply.com/journal) mas que não é atualizado afz um
bom tempo.

Oba, Tijolo!
http://obatijolo.blogspot.com/
Sem dúvida um dos meus favoritos é criação de um grupo de amigos
cariocas e paulistas, mas que infelizmente não passa por atualizações
faz um bom tempo. Vale conferir a criatividade do pessoal lá nos posts
mais antigos, que fogem da mesmice de resenhas/sessões de jogo e
apresentam uns textos muito bem sacados.

Boardgames Zone
http://boardgameszone.blogspot.com/
O mais recente desse grupo é o blog do Jesse, que está resenhando
jogos de forma mais detalhada e até fez uma cobertura dos jogos no
EIRPG.

Jogo no Alpendre
http://jogonoalpendre.blogspot.com/
Mais session reports do Eduardo Alpendre, comenta suas jogas caseiras
e mais recentemente a liga de eurogames na Ludus.

Ainda faltou listar os blogs do pessoal de Portugal e os mais interessantes em inglês. Esses ficam pra uma próxima!

Bons jogos até lá!

-tola

17.4.07

Khronos é um jogo sobre viagens no tempo - de imediato o tema despertou curiosidade como também o fato dele ter três tabuleiros distintos, cada um representando a mesma região em uma era diferente, e aonde alterações no passado alteram a situação no futuro. Entre a centena de jogos lançados todo ano na feira e Essen, uma idéia inovadora assim saltou aos olhos de muitos e deu projeção pra pequena empresa francesa que o produziu.


A Idéia
Jogadores tem dois agentes com essa habilidade especial, de viajar no tempo - eles se deslocam à vontade pelos três tabuleiros pra permitir ali a construção de três tipos de edifícios - militares, religiosos e cívicos. Paga-se em dinheiro para viajar e em cartas da mão para construir (em três cores diferentes, uma para cada tipo de prédio).
Ganha quem tiver mais dinheiro ao fim do jogo, que é recebido em dois momentos: ao final do quarto e sétimo turnos.


Componentes
A arte e o tamanho da caixa impressionam no primeiro momento. A caixa é volumosa - fica no meio do caminho entre o tamanho bookcase do Puerto Rico e uma caixa realmente grande, tipo a do Guerra do Anel, e a arte excelente está impressa inclusive dentro da caixa, no berço aonde se guardam as peças.
A inspeção dos componentes mostra que eles mantém o padrão dos jogos alemães: cubinhos e cilindros de madeira, cartão grosso nos tiles e médio no tabuleiro. Nada excepcional, mas vale notar algumas reclamações sobre os cubinhos soltarem tinta e os cartão ser muito fino na primeira edição do jogo.

O Jogo
A primeira referência feita é ao Tigris & Euphrates - jogadores no seu turno colocam as tiles de prédios militares, religiosos e cívicos (em três tamanhos diferentes), marcam a posse usando os cubos e assim formam-se os aglomerados pelo tabuleiro. Podem também fazer o 'upgrade' dos prédios que já possuem, tornando-os maiores e mais valiosos.

A construção é limitada pela Regra da Hierarquia: o maior prédio da cada tipo deve ser único. Se sua cidade já possui um Monastério como maior prédio religioso, nenhum jogador pode construir outro igual. Só um maior é permitido - nesse caso, a Abadia (e então pode-se ter muitos monastérios sem problemas)

Prédios cívicos não tem 'dono' e possuem dupla utilidades - eles aumentam o valor em pontos daquela metrópole e somente eles podem ser usados para unir duas metrópoles diferentes.

Da mesma forma que no T&E, os aglomerados expandem e podem acabar se unindo - aonde ocorre o 'conflito' caso a regra da Hierarquia seja quebrada. O lado que tiver mais força ganha e o outro é obrigado a fazer o 'downgrade' do seu edifício. A força de cada lado nos conflitos é determinada conforme o tabuleiro em que ocorre - o da idade média é denominado "Era do Poder" e os valores total prédios militares de cada lado é usado. No segundo tabuleiro, da Era da Fé, os prédios religiosos cumprem esse papel. Na última era, a da Razão, não se pode construir nada - só restaurar as ruínas.

E aonde entra o fator temporal do jogo?

Quando se constrói um prédio, ele se 'propaga' nos outros tabuleiros em direção ao futuro. Na era da Razão porém ele aparece na forma de ruínas, que devem ser restauradas pelos jogadores. E é aqui que o grande macete do jogo - fazer jogadas espertas no passado para que seus prédios alterem a situação ao seu favor nos tabuleiros futuros.
A pontuação ocorre ao final das jogadas do turno 4 e 7, somente nos tabuleiros aonde os agentes daquele jogador se encontram. Novamente o tabuleiro de cada era é o que define o que será pontuado: na era da Força o dono do maior prédio militar em cada grupo faz pontos igual ao tamanho civil do grupo. Na Era da Fé o mesmo acontece nos
prédios religiosos.


A era da razão funciona de forma diferente - jogadores competem por domínio colocando cubos nos tiles cívicos. Cada tile aceita uma quantidade de cubos igual ao seu tamanho. Quem possui mais pontos em cada grupo recebe uma quantidade de pontos igual ao de ruínas e prédios restaurados.

Vale a Pena? Primeiras Impressões

Khronos não é um jogo trivial, são necessárias algumas partidas pra se entender a dinâmica do jogo, como competir em cada região e o custo/benefício de cada jogada. Quem já jogou Tigris & Euphates ou Reef Encounter pela primeira vez sabe exatamente como é. Então as primeiras partidas devem ser excelentes pra quem gosta de explorar estratégias diversas em um jogo novo - e elas são muito bem recompensadas: reações em cadeia ao se unir dois aglomerados, construir prédios no passado para arruinar os planos dos seus oponentes no futuro e um sistema de pontuação completamente diferente na Era da Razão são alguns dos pontos altos do jogo.

O único fator sorte está na compra de cartas - cada jogador recebe quatro cartas novas ao início do seu turno e o que não for usado é descartado ao final da jogada. Então com frequência cada jogador vê aquela jogada genial e fica impedido de fazê-la pois não tem as cartas necessárias, mesmo após escolher a ação de trocar cartas, que tem o alto custo de 2 dinheiros. É uma frustração semelhante à quando não se compra as tiles certas no T&E, mas com o agravante das cartas do Khronos serem ainda mais restritas na quantidade de jogadas possíveis. Nada muito grave, mas algo pra se tem em mente - que nem sempre é possível de se fazer a melhor jogada, estando limitado por esse fator.

Ainda é cedo pra fazer qualquer análise sobre balanço e interação, mas numa primeira impressão não senti que ele seja um jogo tão amarradinho quanto os outros do mesmo estilo. A Era da Razão tem uma pontuação fraca e não compensou o investimento feito. Como toda a pontuação fica visível pros jogadores e não existe uma forma de 'se defender' a não ser colocando mais tiles do seu lado - uma única jogada pode transformar completamente a situação de um jogador em determinada área. Então essa volatilidade na liderança pode também ser outro problema.

Pontos Fortes: Peso e estratégia ideias, arte excepcional.
Pontos Fracos: Custo (50 dólares nas lojas online), design não é tão amarrado

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Imagesn retiradas do site www.boardgamegeek.com
autores :simonh e Superfage